O turbilhão de transformações que aconteceram nos últimos anos aumenta os desafios dos líderes em suas conduções com as equipes e suas tomadas de decisões. Encontrar novas maneiras de gerenciar imprevistos e novidades é algo fundamental para os líderes, e é a única certeza.
Crises sanitárias, altas inflações, conflitos mundiais dificultam a previsibilidade, aumentando os desafios, mas em contrapartida provocam a disrupção, se percebidas pelo lado positivo, favorecem a inovação e a modernização de processos e relações.
A resiliência se apresenta como uma das fortalezas dos líderes atuais, o pensamento ágil voltado para o desempenho e a adequação a mudanças são os grandes diferenciais para a liderança atingir o sucesso.
O período atual tem a peculiaridade de ter uma velocidade de mudança nunca vivenciada. O que demorava décadas e até séculos para quebrar padrões, hoje acontece em um intervalo de poucos anos, e tudo, claro, potencializado pela tecnologia.
Uma sociedade digitalizada, formada por interações feitas pela internet, paradoxalmente expõe uma necessidade ainda maior de empatia e humanização. A representação do chefe de anos atrás mudou drasticamente e hoje o papel do líder se apresenta como o condutor, o maestro, o cuidador. Essa mudança de mentalidade é essencial para dar continuidade à evolução do ecossistema.
As relações humanas no ambiente corporativo vêm adquirindo outra percepção sobre confiança, saúde e satisfação. O livro “Humans At Work” (ainda sem tradução para o português), escrito pelas especialistas em cultura organizacional Anna Tavis e Stela Lupushor, defende as práticas de gestão atentas ao ser humano, especialmente no trabalho híbrido. As autoras mostram a importância das lideranças focarem nos 4 Ws: work (trabalho), workplace (local de trabalho), worth (propósito) e workers (experiência dos colaboradores).
Em um artigo para a Fast Company, David R. York contou o que percebeu por meio de pesquisas sobre a essência da liderança responsável e como ela pode ser uma maneira transformadora de viver e de liderar. Ele enfatiza que os verdadeiros líderes se baseiam em valores e propósitos. “Sua transcendência pessoal é a condutora, e os líderes se sentem como agentes que estão investindo suas energias em algo maior do que eles mesmos”, relata.
Mais do que nunca, estudos mostram o impacto que o propósito bem definido em uma organização e percebido por todos os envolvidos nela tem para fazer a “máquina funcionar”. Colaboradores que compreendem a importância de seu trabalho, se identificam com as causas da empresa, cultivam boas relações de colaboração, conseguem ser mais engajados, produtivos e influenciam outros a sua volta, aumentando a força de trabalho.
Por isso, o valor de um líder que tem a consciência de seu propósito que possibilita inspirar outros, será cada vez mais importante. Assim como um líder que possui coragem de se mostrar vulnerável e correr riscos.
Essa mentalidade tem relação direta com autoconhecimento. A partir do momento em que o líder se percebe, analisa seus pontos fortes e fraquezas, tem a clareza de como será percebido e que mensagem quer passar, a sua forma de liderar é demonstrada com naturalidade. Percebendo a si mesmo facilita a percepção do outro, a quebra de preconceitos e a identificação das necessidades do indivíduo.
A liderança do futuro é estimulada a ter o olhar voltado para o ser humano, com a preocupação com a responsabilidade social. Isso tem uma repercussão significativa na maneira de liderar.
As ações de conscientização sobre novas formas de liderar, o fomento para discussões com outros líderes e treinamentos sobre vieses inconscientes podem ser a chave para conseguir acompanhar as mudanças, reter talentos, aumentar e fortalecer o crescimento das empresas e ser agente de um mundo melhor.
Fonte: foursales