O dia a dia corrido das organizações, norteado por metas a serem atingidas, por vezes, pode sufocar o gestor e seus subordinados, caso a equipe não tenha agilidade emocional. O termo se refere à aceitação das emoções e a capacidade de lidar com elas, de acordo com a autora e criadora do conceito de agilidade emocional, Susan David.
A autora defende que, ao desenvolver essa habilidade na sua rotina de trabalho, é possível superar qualquer desafio, mesmo aqueles que insistem em abalar os indivíduos emocionalmente. Além disso, quando a agilidade emocional é implementada na empresa, isso acarreta uma série de vantagens para a cultura organizacional, que se torna mais ágil, o que é extremamente positivo para a empresa.
Ficou curioso e quer saber mais sobre agilidade emocional? Então, continue a leitura!
O que é agilidade emocional?
Resumidamente, diz respeito à maneira como um indivíduo lida com seu mundo interno — pensamentos, emoções, histórias e experiências — sendo essa habilidade determinante para o seu sucesso em todas as áreas da vida.
Ou seja, agilidade emocional pode ser entendida como uma habilidade de aplicar e reconhecer as experiências individuais — sejam elas boas e ruins — de forma mais produtiva e também consciente.
Para Susan David, a agilidade emocional trabalha os preceitos opostos ao da rigidez, ao propor que as pessoas possam suportar e interpretar seus próprios sentimentos, possibilitando uma maior fluidez de mindset.
Como a agilidade emocional se diferencia da inteligência emocional?
Enquanto a agilidade emocional se atém a compreender e aceitar os próprios sentimentos e transformá-los ao seu favor, sabendo lidar com as experiências internas de forma produtiva e consistente, a inteligência emocional é capacidade de reconhecer e controlar as próprias emoções.
Apesar de serem conceitos complementares, é possível reconhecer que são diferentes. Ambos podem causar um imenso impacto na performance do indivíduo, principalmente no trabalho, e na maneira como ele trata as outras pessoas no ambiente ao seu redor, o que inclui o trabalho.
Nesse contexto, tanto a inteligência emocional quanto a agilidade emocional exigem que o indivíduo permaneça em sintonia com as próprias emoções, sem que o foco esteja em sua supressão ou no controle dessas emoções.
Mas atenção! É possível que o indivíduo tenha inteligência emocional — saber controlar os próprios sentimentos —, mas ainda assim não ter agilidade emocional — aceitar os sentimentos e transformá-los a seu favor — embora o contrário não seja possível.
É possível, por exemplo, desenvolver as lideranças tornando-as emocionalmente ágil. No entanto, a falta de agilidade emocional ocasiona a rigidez emocional, que pode vir a comprometer a desenvoltura do líder em atuar de forma eficiente e tomar as melhores decisões para sua equipe.
Alguns autores ainda defendem que a inteligência emocional está relacionada a conceitos como criatividade, saúde emocional e inovação, além de lideranças de equipes e alta performance.
Em contrapartida, a agilidade emocional é relacionada a ambientes corporativos, nos quais existem uma insistente busca por elevar o próprio desempenho, com a minimização do estresse e a redução de questões que estejam relacionadas a crenças limitantes.
Afinal, qual a importância da agilidade emocional?
Em especial para as empresas, onde a competitividade está cada vez mais presente, contar com profissionais com agilidade emocional proporciona importantes diferenciais competitivos, a exemplo da criatividade, inovação, foco e resiliência.
Essa é uma habilidade altamente requerida pelas lideranças. Isso porque os líderes são referência para os demais colaboradores, e ao se espelhar neles, os funcionários reconhecem como os gestores lidam com as próprias emoções.
Com isso, passam a transformar essa situação em aprendizado, e se sentem incentivados a seguir esse exemplo, o que colabora para a formação de um time de alto desempenho.
Como desenvolver a agilidade emocional?
Susan David defende que é possível desenvolver a agilidade emocional em quatro passos. Veja a seguir!
- Não ignore emoções difíceis e pensamentos negativos
Em vez de negar seus sentimentos e pensamentos negativos, ou enfatizar o “pensamento positivo”, é importante tomar consciência de suas emoções, pensamentos e comportamentos com curiosidade e gentileza.
- Enxergar os seus pensamentos como eles verdadeiramente são
Quando o indivíduo para de se colocar como vítima, adotando uma visão de fora da situação, ele enxerga o fato simplesmente como pensamentos e emoções — e não como circunstâncias que não podem ser mudadas.
- Adote os seus valores na condução dos trabalhos
Quando você segue os seus valores pessoais, torna possível que eles sejam transformados em um verdadeiro caminho para a resiliência, força de vontade e a eficácia.
- Encontre o equilíbrio entre desafio e competência
Equilíbrio entre desafio e competência é a chave para lidar melhor com os seus sentimentos e emoções. Para alcançá-lo, faça pequenos ajustes mentais.
Quais os benefícios da agilidade emocional para a organização e colaboradores?
Quando a gestão de RH consegue incorporar a inteligência emocional à sua cultura organizacional, é possível colher uma série de vantagens competitivas para as companhias. Veja a seguir!
Melhora a autoestima
Quando as pessoas passam a compreender melhor os seus sentimentos, como a ansiedade, o estresse, a depressão e a procrastinação, elas passam a criar um espaço entre o que sentem e o que fazem com esses sentimentos. Com isso, cria-se espaço para o fortalecimento da autoestima, o que favorece, inclusive, a produtividade de cada indivíduo e, consequentemente, o desempenho da companhia como um todo.
Mais dinamismo
Quando as pessoas compreendem e aceitam os seus próprios sentimentos, elas passam a lidar melhor com eles, criando uma dinâmica favorável para encontrar o equilíbrio entre essas questões e as outras áreas da vida.
Experiências diversas
A agilidade emocional, assim como a inteligência emocional, permite que as pessoas se conheçam mais, e esse autoconhecimento permite que elas tenham mais experiências, o que agrega para a vida delas, tanto pessoal quanto profissional.
Promove mais força e motivação
De posse de uma maior consciência a respeito de si, fica mais fácil desenvolver a resiliência, combustível para mais força e motivação no dia a dia.
Como vimos ao longo desta leitura, a agilidade emocional influencia de maneira direta o desempenho das pessoas em várias áreas da vida, incluindo o profissional. Assim, ao compreender e aceitar as suas emoções, transformando-as em combustível para o alcance das metas desejadas, é possível tirar o máximo proveito dessa habilidade que, juntamente da inteligência emocional, é a responsável por motivar as pessoas a irem em busca do seu máximo potencial.
Logo, agilidade emocional é mais uma habilidade importante, entre tantas outras, que vale a pena conhecer e se especializar, pois fazem parte do escopo de uma boa liderança, além de contribuir para uma vida pessoal mais equilibrada.
Fonte: aspectum